26.2.10

Equador 3

No outro dia, lá pelas nove da manhã, o funcionário da locadora nos trouxe o carro: uma Tucson, prateada, bem novinha (uns 9000 Km). A primeira coisa que nos chamou a atenção foi de que o veículo não tinha placa alguma. Como vamos circular pelo país assim? A resposta foi de que não haveria problema algum pois não haviam mais placas disponíveis, então um papel colocado no vidro com os dados do carro seriam o suficiente. Estranho. Foi aí que começamos a reparar nos inúmeros carros na mesma situação e por muito tempo. Foi aí q começou a segunda (e principal) fase da viagem, a qual todos esperávamos ansiosos. Viva a estrada! Nossa estreia com o carro foi até a “Mitad del Mundo”, o famoso monumento q marca a linha do Equador. É um parque, com muitos japoneses e suas Nikon, nada demais, além da linha. No parque existem vários museus e coisas assim. Um legal é o da missão geodésica francesa (q definiu onde era a linha). Há também uns lugares pra comprar artesanatos ou comer. Depois das tradicionais fotos fomos para o Museu Inti Ñan, q o Lonely indicou de monte, mas q nem é tãããão legal assim. Fica ao lado do Mitad del Mundo, e dizem q é por ali q passa a linha do equador real (a garantia é "medido por GPS militar"). Está localizado a 240 metros da linha "original", e dentro do complexo (que não é nada complexo) há um tour a se fazer, com demonstrações da cultura local, do poder do sol e de mitos, como a agua entrando no ralo no sul, no norte e em cima da linha, e mais algumas bobagenzinhas.

Depois de rodarmos por quase uma hora, tentando sair de Quito ( tivemos de passar novamente por lá) em direção às Termas de Papallacta, conseguimos!! Como o nosso trânsito no Brasil é tranquilo e organizado! Para começar não há indicação de coisa alguma e os mapas são muito superficiais. Detalhe, nosso mapa veio do Instituto Geográfico Militar do Equador. Tampouco as pessoas sabem indicar o caminho. Até que as condições do asfalto são boas, mas as estradas não tem acostamento, nem faixas no chão, então não se pode parar. Outra coisa que nos chamou a atenção foi a quantidade de poluição gerada pelos carros e principalmente pelos caminhões. No Brasil, metade não circularia. Ficamos sabendo que em Quito vão fazer rodízio de placas para circulação na cidade. Em contrapartida vê-se muito campanhas em placas, outdoors e tv para o cuidado com o meio ambiente, água e também incentivando para o consumo de alimentos orgânicos, tudo feito pelo governo. Bem mais fácil fazer outdoors, não?


Nos organizamos no carro (que é bem confortável, mas não é nenhuma Dobló), compramos CDs de música Ecuatoriana e tomamos o chimarrão que levamos junto. Então seguimos em direção ao Oriente: Termas de Papallacta se localiza a 3300 m de altitude e é um vilarejo apenas. Mas tanto o caminho até lá como a estada nas termas só valem a pena. Subimos a cordilheira numa paisagem até então desconhecida: cordilheira, vulcões e mata. Sim, muita mata porque nos dirigíamos para a Amazonia Ecuatoriana. Esta mistura é belíssima. Rendeu inúmeras fotos. Mal sabíamos nós que esta beleza toda estava apenas começando. Apesar de Papallacta ser bem minúsculo e de estar encravado entre as verdes montanhas, eventualmente visualiza-se pontos de vapor saindo de algum morro ali por perto. As águas que ali brotam (os pássaros q aqui gorjeiam, lembrei agora) são aquecidas pelo vulcão Antisana que fica próximo. Nem sempre consegue-se vêlo, geralmente está encoberto de névoa. Fica-se na torcida. Ficamos num hotelzinho de acomodações bem espartanas, com o mesmo nome do vulcão.O engraçado era que o o hotel até tinha televisão, mas não tinha canais, a dona mesmo disse que não servia para nada. Foi risada geral. Dormimos como pedras numa noite pra lá de fria. Mas a atração mesmo é tomar banho no complexo termal. É super organizado e bonito, sem contar que é uma delícia (pertence a uma iniciativa privada que possui também um resort). As águas chegam ali a mais de 60 graus, têm de ser resfriadas. Foi uma curtição e uma sensação sem igual estar ali naquele lugar tão exótico. Estavam lá um grupo de alemães maravilhados também. Dica: chegamos tarde no vilarejo, jantamos no resort e fomos dormir. No outro dia levantamos na hora q as termas abriam (frio!) e aproveitamos a paisagem com movimento zero!


O que mais vale quando viaja-se por conta é o número de contatos com pessoas diferentes que fazemos. Até por necessidade: pergunta-se muito, cata-se informações e opiniões com uns e outros . Gostam de brasileiros e principalmente do Lula (muito bem visto no Equador e no Peru também, apesar de tudo.). Almoçamos e antes de seguirmos para o nosso próximo destino, Otavalo, resolvemos adentrar um pouco mais na Amazonia que é espetacular. O que surpreende aqui no Ecuador é que num raio de 100 Km muda-se radicalmente de paisagem, altitude e temperatura. Neste dia chegamos alcançar os 4000 metros de altitude, sentimos muito frio, mas foi a festa podermos avistar cervos (aqueles com os galhos na cabeça). Seguimos numa viagem bem agradável pelas montanhas (já estamos pegando o jeito), até que lá pelas tantas uma visão bem inusitada: uma família de ciclistas que pareciam vir de longe. Era um casal com dois meninos, gêmeos de 12 anos. Três bicicletas (uma tandem) subindo a cordilheira lá pelos 3900 m de altitude num esforço tremendo. Tivemos de pará-los, fotografá-los e descobrir que eram americanos e estavam vindo do Alasca e pretendiam chegar em Ushuaia daqui a um ano. Já estão na estrada há 19 meses. Embasbacamos! (vejam aqui)

Bom, era isso. Até a próxima!

:D

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